'Para não sofrer mais', medalhista na Rio 2016 morre por eutanásia

Atleta belga solicitou o suicídio assistido
Por IG - Esporte
Marieke Vervoort
Rio - A atleta belga Marieke Vervoort morreu nesta terça-feira (22) aos 40 anos de idade. Ela tinha solicitado eutanásia depois de sofrer com dores e lutar por muitos anos contra uma doença muscular degenerativa.
Eutanásia - ou suicídio assistido - é o ato intencional de proporcionar uma morte indolor para uma pessoa, com o objetivo de aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente é realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente. 
Marieke Vervoort era velocista de cadeira de rodas e chegou a ganhar medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres em 2012. Ela também faturou a prata no Rio 2016, na Paralimpíada realizada no Brasil
A belga pediu a eutanásia pois sofria de tetraplegia degenerativa e a dor era constante, com muitas convulsões e paralisia nas pernas
Em 2008, a atleta assinou documentos legais que permitiam que os médicos colocassem fim à sua vida. Essa decisão reacendeu o debate sobre a prática na Bélgica, que é legalizada no país desde 2012 para todas as pessoas que tenham uma condição incurável, dor intolerável, capacidade racional de tomada de decisão e o consentimento de dois médicos.
Em sua postagem final no Instagram, a atleta publicou uma foto de si mesma competindo. "Não podemos esquecer as boas lembranças", escreveu na legenda.
Em entrevista recente concedida à mídia belga, Marieke Vervoort se mostrou decidida a morrer. "Eu não quero mais sofrer. É muito difícil para mim agora. Fico cada vez mais deprimida. Eu nunca tive esses sentimentos antes. Eu choro muito", lamentou.
"Quando chegar o momento em que tenho mais dias ruins do que bons dias, tenho meus documentos de eutanásia, mas ainda não chegou a hora", disse a moça pouco depois dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
"Isso dá às pessoas uma sensação de descanso", disse na época. "Se eu não tivesse recebido esses documentos (de eutanásia), acho que teria cometido suicídio porque é muito difícil viver com tanta dor e sofrimento, com tanta insegurança", finalizou Marieke Vervoort.

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